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‘Menino do Vício’: jovem troca drogas por livros e compartilha processo de superação na internet – País

Aos 26 anos, Lucas Henrique dos Santos decidiu transformar dor em partilha e reconstrução. Natural do Paraná, ele ficou conhecido nos últimos meses como o “Menino do Vício”, apelido que nasceu nas redes sociais, onde compartilha sua jornada de recuperação das drogas e a descoberta de um novo vício, desta vez, saudável: a leitura.
@diariodonordeste Aos 26 anos, Lucas Henrique dos Santos decidiu transformar dor em partilha e reconstrução. Natural do Paraná, ele ficou conhecido nos últimos meses como o “Menino do Vício”, apelido que nasceu nas redes sociais, onde compartilha sua jornada de recuperação das drogas e a descoberta de um novo vício, desta vez, saudável: a leitura. A mudança começou há cinco meses, quando decidiu abandonar o uso de substâncias que acompanhavam sua vida desde os 18 anos. Segundo ele, o vício começou com a maconha, de forma recreativa, mas acabou virando uma dependência. Depois vieram outras drogas. O histórico de enfrentamentos, no entanto, não se restringe às drogas. Ao Diário do Nordeste, Lucas contou que desde muito jovem convive com transtornos psicológicos e conta que sempre procurou formas de aliviar as dores emocionais. Segundo ele, a compulsão alimentar também já foi um problema, tendo em vista que tentava preencher o vazio com algum vício. Durante anos, Lucas tentou interromper o uso das substâncias. Chegou a gravar vídeos para a internet relatando o processo, mas recaía. Em um momento de crise mais intensa, com dores no peito e tossindo sangue, decidiu que era hora de tentar mais uma vez, de forma diferente. (Vídeo: Reprodução/ @meninodovicio) #livros #booktok #vício #histórias #notíciastiktok #viraltiktokvideo #DiáriodoNordeste ♬ som original – Diário do Nordeste
A mudança começou há cinco meses, quando decidiu abandonar o uso de substâncias que acompanhavam sua vida desde os 18 anos. Segundo ele, o vício começou com a maconha, de forma recreativa, mas acabou virando uma dependência. Depois vieram outras drogas.
“Isso afetou minha saúde, meus estudos e minha família”, relembra.
O histórico de enfrentamentos, no entanto, não se restringe às drogas. Ao Diário do Nordeste, Lucas contou que desde muito jovem convive com transtornos psicológicos e conta que sempre procurou formas de aliviar as dores emocionais. Segundo ele, a compulsão alimentar também já foi um problema, tendo em vista que tentava preencher o vazio com algum vício.
Durante anos, Lucas tentou interromper o uso das substâncias. Chegou a gravar vídeos para a internet relatando o processo, mas recaía. Em um momento de crise mais intensa, com dores no peito e tossindo sangue, decidiu que era hora de tentar mais uma vez, de forma diferente.
“Comecei a gravar todos os dias, mostrando como o corpo reagia à abstinência. Era uma forma de me ajudar, mas também ajudar outras pessoas que passam pelo mesmo processo”, explica.
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Reencontro com os livros
Além do processo físico, Lucas compartilhou também o reencontro com a leitura. O uso de drogas atrapalhou a conclusão dos estudos, mas em 2020 ele conseguiu terminar o Ensino Médio na modalidade de Educação a Distância (EaD). Depois, vieram os livros: primeiro como distração, depois como objeto de transformação.
Hoje, seus vídeos no TikTok acumulam milhões de visualizações. Ele mostra as leituras feitas durante a recuperação e tem um jeito próprio de resumi-las: escolhe uma frase que, para ele, resume a essência de cada obra. “Recebi muitos livros dos seguidores para continuar nessa jornada”, conta.
Quando perguntado sobre qual obra o marcou mais, Lucas cita “A Última Música”, de Nicholas Sparks.
“Eu perdi muito tempo usando droga. Esse livro me incentivou a aproveitar mais a família. Qualquer hora pode ser uma despedida.”
Atualmente, ele soma quase 20 mil seguidores no Instagram e mais de 250 mil no TikTok. Em seus perfis, compartilha vídeos como “100 reais que eu gastaria com drogas, gastando com comida”, e já teve a chance de conhecer autores que admira, como Rafael Montes.
Estagiária sob supervisão de Emerson Rodrigues
